terça-feira, julho 31, 2007

Semana passada, recebi um e-mail com o seguinte conteúdo:

`Aí vai esta mensagem, em boa hora, já que estamos presenciando tantas atrocidades praticadas por jovens de classe média .
Esta mensagem precisar ser retransmitida para todas as FAMÍLIAS!
Uma psicóloga que escreveu algumas verdades.Uma psicóloga que assistiu o filme Cazuza escreveu o seguinte texto:
Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora. As pessoas estão cultivando ídolos errados.

Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza? Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.
Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado. No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.São esses pais que devemos ter como exemplo?Cazuza só começou a gravar pois o pai era diretor de uma grande gravadora. Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.
Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme.
Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido.
Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário?Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor.Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar. Não se preocupem em ser amigo de seus filhos. Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi a pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.Karla Christine - Psicóloga Clínica´

E em seguida a resposta de uma amiga, que eu achei simplesmente fantástica. Porque muitas pessoas recebem e-mails, engolem tudo que lêem e repassam achando o máximo. Aí vai a crítica da Pamela:

´Ah gente, desculpa mas eu não concordo com a opinião dela.
Todo radicalismo é burro (adaptando a famosa frase "toda unanimidade é burra") ao meu ver.

Não acho que estejamos reverenciando as pessoas erradas.
Todas as pessoas tem coisas boas e ruins, qualidades e defeitos, méritos e deméritos e não ia ser diferente com ele pq é o Cazuza ou veio da zona sul ou qq outra coisa.

Acho que o Cazuza foi um grande compositor e uma pessoal de inestimável valor sim.
Acho também que ele usou muitas drogas como a maioria dos usuários (assim como a interminável busca pela liberdade dele, seja sexual ou não): para fugir de uma sociedade (essa mesma, criada pela dra. psicóloga) sem escrúpulos que quer vestir uma máscara, uma capa de correta, mas que no fundo é o puro esgoto.
Achei a comparação entre ele e o Fernandinho Beira-Mar de extremo mal-gosto e inclusive um insulto à obra dele. Cazuza era um apaixonado pela vida, mesmo tendo acabado com ela na ânsia de viver tudo tanto e tão intensamente e deixou de presente ao mundo muita poesia. E o Fernandinho oq trouxe ou traz de bom às pessoas? à sua tão querida sociedade, dra. psicóloga?

Eu também, quando assisti ao filme, achei que deram uma ênfase muito grande à questão das drogas e orgias, ao invés de mostrar os momentos sublimes (seja por amor ou dor) - que eu imagino que fossem sublimes - de criação das letras fantásticas que ele fez. Mas isso é coisa do cinema atual, é coisa da mídia que faz sucesso com o choque.
Um exemplo claro disso foi o filme, também brasileiro, Madame Satã com Lázaro Ramos. O filme mostoru a maior parte do tempo cenas fortes de sexo ou que incitam a prática sexual. Pra q? Pq o povo brasileiro "consome" esse tipo de coisa. Talvez pq isso gere curiosidade, pq gera mais críticas, pq gere mais espaço na mídia, realmente não sei pq 'resumir' a vida de duas pessoas ótimas em coisas tão secundárias de suas vidas.

Através da educação você ensina seus filhos a discernir o que é certo do que é errado. Ninguém falou q seria fácil mesmo educar, tanto mais quando o mundo parece conspirar contra, mas como diz o chavão "somos brasileiros e não desistimos nunca" não é mesmo?

É muito cômodo julgar e culpar pessoas e ações com paleativos que não resolvem o problema.
É isso que a sua sociedade faz.
Mas o difícil é realmente encontrar soluções e fazê-las acontecer. É ir à raiz dos problemas para acabar com eles.
É descobrir pq tanta gente se droga? pq tanta gente rouba? pq tanta gente mata? Como acabar com o(s) motivo(s) que leva(m) essas pessoas a terem essas atitudes?
A resposta é muito mais simples: acabando com a desigualdade social.
Parece clichê, mas vou além: É SÓ CADA UM DE NÓS TRATAR OS OUTROS COMO GOSTARÍAMOS DE SER TRATADOS.
Ok, mais clichê ainda, mas coloque isso em situações cotidianas ou específicas.
Se todo mundo exercitasse isso, o mundo seria realmente um lugar bom pra se viver.
Se os políticos pensassem assim, jamais roubariam e enganariam o povo.
E a partir daí, um povo respeitado, poderia respeitar-se entre si.

A propósito, o e-mail da dra. psicóloga me remete à questão " o q estão ensinando nas faculdades e universidades por aí???" , afinal, como pode alguém formado, especialmente em psicologia, escrever um e-mail tão desrespeitoso e unilateral?

Falar é uma necessidade, ouvir é um dom.

Reflitam! não aceitem qualquer textinho de internet como verdade absoluta.

Ufa, desculpa gente, mas precisava desabafar! rs

mil bjos
Pam :-)´

9 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

MANDEI SEUS LINKS PRO ESPAAAAAAAÇO, NAO ME ODEIE PLS RS RS RS

entonces a imagem ficou enorme, vou diminuir em casa.

mas espero q goste de um modo geral, depois vc pode trocar a cor do texto, dos links e tudo mais

bjao

2:39 PM  
Anonymous Anônimo disse...

“Toda a unanimidade é burra” foi uma frase de efeito dita por Nelson Rodrigues que é idolatrado por meia dúzia de babácas que o fazem mais para querer demonstrar certo nível cultural, mesmo sem saber quem ele realmente foi. Quanto a Cazuza, foi sim um desregrado,
mimado e diferença entre ele e Beira Mar é que o segundo é mais inteligente e esta vivo. Rotular de radical alguém que se posiciona favorável a um mundo melhor e é veemente quanto a desgraça é no mínimo falta de bom senso. Qual o pai, a mãe ou irmão que gostaria de ter um problema na família como Cazuza? Um traficante, mimado, desregrado, homossexual, viciado, deprimido, que não deu o mínimo valor a vida... É isso que nós queremos para as nossas famílias? Só quem viveu um drama assim para saber o quanto é doloroso e triste. Não desejo para ninguém um inferno desses. Parabéns a psicóloga pela forma simples, clara e objetiva com que mostrou o tamanho da ferida, que muitos tentam esconder “dourando a pílula.”

10:14 AM  
Blogger cindy disse...

Gostaria de saber quem foi que deixou a mensagem... Pô achei bacana. Eu sempre acho que meu blog está às moscas! Eu concordo com o que foi dito em partes.. mas enfim, nem sei com quem estou ´falando´.

Valeu pela visita.

12:48 PM  
Blogger Ismael Alexandrino disse...

Cindy, já li opiniões pró e opiniões contra o texto da psicóloga. Não vejo o texto dela como uma aberração não. Sinceramente, ela manifestou a opinião dela -- pertinente até! -- e precisa ser respeitada, e não ridicularizada.

Percebo que hoje ser "flexível" tornou-se um dogma. E quem apresenta uma opinião que prima um pouco pela moralidade, sem abraçar o radicalismo, já é visto de olho torto e ridicularizado. Consequências da ética pró-escolha, doentia e inconsequente.

Acho sim que o ser humano tem direito de escolher seu caminho, tal qual Cazuza fez de maneira desregrada. Mas acho uma imprudência sem tamanho idolatrar a atitude do cara somente por ele ter sido um grande poeta e compositor. Louvável ele ter sido um grande poeta e compositor, não resta quaisquer dúvidas disso. Deplorável, no entanto, enaltecer atitudes dele que atentaram contra a saúde e contra a vida, mesmo que se justifique que ele ansiava por viver a plenitude da vida.

O ser humano tem uma capacidade de reflexão infinita, da mesma forma que tem uma capacidade para a alienação infinitamente maior. E alienação, tanto para o moralismo (no qual coloca valores morais acima de todos os outros), quanto para a libertinagem não constroem absolutamente nada de bom no ser humano. A primeira tolhe a abundância de vida. A segunda (libertinagem) tolhe a vida em si.

Acho plausível que antes de abraçarmos esta ou aquela opinião, reflitamos em quais as motivações estamos nos firmando para decidir. Rebelar por rebelar é coisa de otário. Estigmatizar por estigmatizar é coisa de quem tem ânsia pelo poder e por ter a opinião adotada como o padrão ideal.

No mais, parabéns pelo seu blog!

Um abração,
Ismael

1:53 PM  
Blogger EDUARDO disse...

Concordo plenamente com vc Sindy.Infeliz e radical opinião de uma PSICOLOGA.Respeito e Ética é a base de tudo.O que mais me choca nesta pauta, é uma psicologa não saber diferenciar a vida pessoal da arte que cazuza nos deixa, e a agressão e a falta de respeito aos seus pais. A mãe nos deixa um exemplo de vida, de humanidade, de fé, força e principalmente RESPEITO A VIDA.Fica uma pergunta, será que titulos e mestrados dá o direito de agredir, faltar com respeito e ferir a dignidade dos seres humanos?Não sei, só sei que admiro o trabalho da mãe do Cazuza, grande, nobre, digno, humano e tem todo meu respeito e admiraçao.

12:56 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Achei de muito mau gosto o comentário da "psicóloga". O filme expõe muito sim, mostra coisas medonhas, massssssssssss, deixa bem claro que as consequências foram desastrosas para ele. Não culpo pai e mãe por amar demais, por não dizer NÃO. Já filhos de pais que são mimados e super carinhosos com a família, dengosinhos mesmo. Já vi também filhos que são tratados de maneira firme se tornarem bandidos. A índole de cada indivíduo e o que faz com que em uma família de muitos filhos, com os mesmos pais, se formem irmãos tão diversos. Isso é "ser humano", cheio de qualidade e defeitos. Falar de Cazuza é fácil, entender Cazuza é muito complicado, por isso é muito legal ficar jogando pedra. Amo Cazuza pela sua arte, pela sua força de expressão, pela sua coragem. CORAGEM sim, apesar de ser mimado, ele enfrentou a doença e todas as críticas com força e dignidade, até o último momento. Acho estranho a crítica cruel da psicóloga a quem não pode mais se defender. Psicólogos, geralmente entendem as mazelas humanas e fazem com as pessoas convivem com as diferenças. Cazuza teve sim um lado negro, mas como toda a moeda, tinha um lado ILUMINADO, lindo, verdadeiro.
Parabéns Lucinha Araújo, você foi uma mãe que amou incondicionalmente, esteve ao lado do seu filho para o que deu e veio, isso é ser mãe. Nunca se arrependa de nada. Como disse nosso poeta "SÓ AS MÃES SÃO FELIZES". Há, mais uma coisinha, o pai do Cazuza não queria gravar o disco dele, ele não acreditava no filho. Ele gravou por força de pessoas de fora que acreditaram nele. Quem falou que a gravação foi um protecioninmo do pai, não deve ter prestado atenção ao livro, que mostrou isso bem claramente.
Quanto a tudo que foi mostrado, acho que serve de lição para os jovens e não de aliciamento.

6:40 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Li o e-mail da Dra. Karla e também os comentários a respeito do mesmo.
Muitas pessoas que a acusaram de radical foram ultra radicais em seus comentários.
Radicalismos à parte, acho que a Dra. radicalizou sim.
No entanto tive o mesmo pensamento dela ao v6e-lo endeuzado e no exemplo de vida que deu.
Acho também que sua vida desregrada não invalida o artista que foi.
Entendo sua mãe na busca de recuperação da imagem do filho.
Admiro o artista e a coragem que ele teve em assumir sua doença, seus vícios e sua sexualidade.
Me pergunto se um filho criado "certinho"teria a mesma coragem.
Essa é aminha opiniãoe eu não sou dona da verdade.
Joyce

11:28 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Cazuza foi um grande artista.

Quem é Karla Christine???? Uma preconceituosa que envergonha os verdadeiros psicologos.

6:00 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Kurt Cobain, Janis Joplin, Jimi Hendrix, enfim, são vários nomes da música que viveram uma vida desregrada. Cazuza é mais um deles, o legado de Cazuza, assim como o dos citados acima é contribuição para arte. Acho que a psicóloga foi infeliz por achar que quem assiste ao filme vai querer seguir um exemplo daqueles, pois Cazuza teve um fim muito triste, pagou caro pela vida que levou. Ficou a arte, pois a boa música e o bom artista são imortais. Quem é Karla Kristina? (é assim que se escreve?).

9:15 AM  

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